segunda-feira, 14 de março de 2011

Geração mesmo à rasquinha

Ainda não tinha dado a minha opinião sobre o protesto "geração rasca", por isso, aqui fica. Não fui. Mas gostava bastante de ter ido, simplesmente estou numa fase que há coisas prioritárias e, acho que, há que resolver primeiro as "nossas" próprias batalhas e só depois partir para outras coisas. Numa fase mais calma em todos os aspectos teria ido de certeza absoluta.

Tenho um espírito muito revolucionário, de batalhar naquilo que acredito e que julgo ser o correcto, detesto injustiças, cunhas, pessoas que lutam por aquilo em que acreditam e não lhes é reconhecido o verdadeiro valor. Se acho que ir à manifestação faz com que alguma coisa mude? Não, não acho. Mas é uma forma de mostrar o descontentamento, em vez de estar em casa a queixar-se do mundo todo, mas sem mexer o rabiosque do sofá.

Claro que algumas das pessoas que foram, provavelmente não são exemplo para nada e nem se esforçam muito para mudar alguma coisa nas suas vidas mas, acredito mesmo que, muitas esforçam-se, lutam e têm todo o direito de se manifestar para, pelo menos, mostrar que não estão contentes.

Eu estou de consciências tranquila. Quem lê o meu blog sabe aquilo que eu me esforço pelo curso, tudo o que deixo de fazer para me poder dedicar o máximo possível, tento ir a palestras, workshops para aumentar os conhecimentos e planeio este verão fazer um estágio de 15 dias numa clínica veterinária. A minha "falha" é não trabalhar ao mesmo tempo. Já cheguei a pensar nisso mas, com o meu horário (e não é mesmo desculpa, porque acontece a quem eu conheço no meu curso que trabalha), teria que faltar a várias aulas para poder conciliar tudo, uma vez que não tenho nenhuma tarde livre e saio cedo e chego praticamente todos os dias tardíssimo a casa. Tenho a sorte de ter pais que me podem pagar as propinas e que preferem que agora não trabalhe, do que estar a atrasar o curso um ou dois anos, para conciliar trabalho-faculdade.

Por outro lado, tenho poucos gastos comigo, além do curso. Não saio muito, raramente compro roupa, uso transportes públicos e até almoço todos os dias por 1,50 - 2 euros. Resumidamente, sou bem poupadinha!

Resumindo e concluindo, não fui, tenho pena e fico contente que muita gente tenha mostrado o seu desagrado por tudo o que está mal neste país.


1 comentário:

Vida de Praia disse...

Também me tinham convocado para me manifestar em frente à Embaixada de Portugal em Copenhaga; também não fui.
Mostrar desagrado é fácil e não chega: quem me dera que em vez de se queixarem e dizerem mal dos políticos as pessoas sugerissem opções e participassem activamente para mudar as coisas, como tu fazes :-)