quarta-feira, 29 de junho de 2011

"Não te amo"

Não te amo, quero-te: o amor vem d'alma.
E eu n 'alma – tenho a calma,
A calma – do jazigo.
Ai! não te amo, não.

Não te amo, quero-te: o amor é vida.
E a vida – nem sentida
A trago eu já comigo.
Ai, não te amo, não!

Ai! não te amo, não; e só te quero
De um querer bruto e fero
Que o sangue me devora,
Não chega ao coração.

Não te amo. És bela; e eu não te amo, ó bela.
Quem ama a aziaga estrela
Que lhe luz na má hora
Da sua perdição?

E quero-te, e não te amo, que é forçado,
De mau, feitiço azado
Este indigno furor.
Mas oh! não te amo, não.

E infame sou, porque te quero; e tanto
Que de mim tenho espanto,
De ti medo e terror...
Mas amar!... não te amo, não.

Almeida Garrett
Folhas Caídas, 1853


quinta-feira, 23 de junho de 2011

Estágio


Depois de três fases de candidaturas, muita persistência, desistir do estágio em que fiquei colocada inicialmente para tentar uma última vez o que queria mesmo, depois de passar não sei quanto tempo a fazer refresh na página das candidaturas, consegui!

Lembram-se de eu falar que ia candidatar-me a um estágio? O sítio onde eu queria ficar, como primeira opção, era o hospital veterinário do porto. Este hospital é um dos melhores do porto e do país e só havia DUAS vagas! Inicialmente não fiquei colocada, mas tive sorte e uma das pessoas que tinha ficado desistiu..Não podia desperdiçar a oportunidade e hoje saíram os resultados e fiquei lá =D

Hei-de ser sempre teimosa e persistente como fui desta vez e lutar sempre por aquilo que quero (nem que não tenha resultados, ao menos sei que dei tudo por tudo).

beijinho*

ps: Não têm sido tempos fáceis e era de uma notícias destas que estava mesmo a precisar =')

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Avó 2

"ISABEL CERQUEIRA MILLET - TESTEMUNHO SOBRE GUILHERMINA SUGGIA - (MAIO DE 2006)

isabel cerqueira millet 1.JPG
Isabel Cerqueira Millet, aqui no último Natal. Faleceu anteontem com 93 anos.

Cerca dos meus 10 anos, meu pai fez-me sócia do Orfeão Portuense, cujos concertos se realizavam no Teatro Gil Vicente, no Palácio de Cristal. Fui ouvir um concerto de Guilhermina Suggia e do professor Luís Costa, que constava de duas sonatas, uma de Beethoven, outra de Brahms. Esse concerto impressionou-me de tal maneira que marcou para sempre a minha vida!

Desde então não largava meu pai, dizendo que queria aprender violoncelo. Meu pai acabou por ceder, tendo eu por primeiro mestre o professor Augusto Suggia, pai de Guilhermina. Terminado um ano de lições, o professor Suggia faleceu, e fiquei portanto sem aulas. Com meu pai violinista e minha tia Olinda pianista, pratiquei muito, executando trios de Mozart, Beethoven e Haydn.

Cerca dos meus dezoito anos e graças à grande amizade da professora Ernestina da Silva Monteiro, grande amiga e colaboradora de Suggia, consegui obter uma audiência com a grande Artista. Esta recebeu-me com certa severidade, declarando desde logo só ensinar professores e artistas. Deixou no entanto uma esperança, dizendo que se encontrasse uma oportunidade, e achando-me algumas qualidades, se lembraria de mim! Essa oportunidade chegou três anos mais tarde, quando nos contactou dizendo que tinha em sua casa uma senhora inglesa, sua antiga aluna, e que essa senhora me daria lições. Trabalhei duramente durante uns três meses com essa excelente professora, Miss Jean Marcel.

Suggia muito frequentemente assistia às aulas e tinha quase sempre qualquer observação preciosa a fazer, modificando uma arcada, ou uma dedilhação, a fim de tornar uma frase mais musical, ou facilitando a execução de uma passagem mais difícil.

Com o começo da Guerra 1939-45 , Miss Marcel regressou a Inglaterra. Bem impressionada com o meu esforço e progressos, Suggia continuou a dar-me lições com bastante assiduidade. Gostava muito de ensinar, pois entregava-se completamente ao aperfeiçoamento de uma obra musical. Trabalhava arduamente a técnica, pois não estando esta dominada, não poderia haver liberdade de interpretação. Em sua casa passei momentos inesquecíveis, assistindo aos ensaios da grande artista com a professora e pianista Ernestina da Silva Monteiro e a professora D. Maria Adelaide Freitas Gonçalves, também pianista.

Passou a existir uma grande amizade entre meus pais e Suggia, que sentia que minha família era um pouco a sua. Tive também a felicidade de assistir em Lisboa e Porto aos concertos para o Círculo de Cultura Musical em que Suggia colaborou acompanhada pela Orquestra Nacional, debaixo da direcção do Maestro Malcolm Sargent. Ouvir e ver esta grande artista nos seus concertos, era qualquer coisa de mágico, cujo fascínio nunca se poderá esquecer!

Em 1948, data da inauguração da Orquestra do Porto, da qual passei a fazer parte, senti grande emoção quando Suggia actuou no concerto inaugural, tocando o Concerto de Saint-Saens e o Kol Nidrei de Max Bruck. Momentos de grande beleza e emoção que nunca poderei esquecer durante a minha já muito longa existência!
Porto, Maio de 2006
do catálogo da exposição "SUGGIA, O Violoncelo" que decorreu na Casa-Museu Guerra Junqueiro - PORTO"


Daqui :

http://suggia.weblog.com.pt/

Avó

"MORREU ONTEM COM 93 ANOS, ISABEL CERQUEIRA MILLET, UMA DAS 3 ALUNAS DE GUILHERMINA SUGGIA QUE AINDA ERAM VIVAS.

pilar e isabel.JPG
Aqui (à direita na fotografia), na Quinta dos Girassóis, com Pilar Torres e a cadela de G.S. "Mona".
R.I.P."

Retirado deste site:

http://suggia.weblog.com.pt/

terça-feira, 21 de junho de 2011

Não percebo

Não percebo como é que algum professor pode fazer um exame daqueles. É daquelas coisas que não tem ponta de compreensão possível. Chega a um nível de pormenor que é impossível alguém saber de cor, num livro que deve ter cerca de 1000 páginas com letra pequena.

Ontem fui lá fazer o exame, apesar da minha avó ter morrido na noite anterior, apesar de não ter dormido, mas fiquei com a noção clara de que, apesar de não estar no estado mais concentrado para fazer um exame, aquilo era estupidamente difícil. Se algum dia tiver a possibilidade de falar com aqueles professores, um dia mais tarde, quando acabar o curso ou assim, gostava mesmo de lhes dizer na cara o que acho deste tipo de avaliação e as consequências que a mesma pode ter na nossa auto-estima e no nosso estado mental. E não estou a dizer isto a brincar..não é só culpa deles, é certo, é toda a forma como o curso está organizado.

A culpa, além do curso, também é minha. Eu bem o sei. A minha personalidade perfeccionista, o não lidar bem (ou melhor, não saber lidar) com os fracassos/insucessos,o querer sempre saber mais que os outros e ser a melhor, não ajudam. E, neste momento, não acho que seja uma pessoa saudável e equilibrada, como era antes de lá entrar. Eu continuo a adorar o curso, não é isso que está em causa, acreditem que não. É só que às vezes são coisas demais para a minha cabeça.

Fica um enxerto de um texto que li há algum tempo, escrito por um professor universitário e que espelha muito do que sinto:

"Carlos Viegas fala da sua experiência e diz que, «desde que comecei a trabalhar no Ensino que alerto que os veterinários são um grupo profissional muito complicado. Grande parte dos alunos só se manifesta sobre a matéria curricular, futebol e pouco mais! Falta dar-lhes, a meu ver, um pouco mais de vida, proporcionar-lhes o contacto com outras experiências, algo que os currículos, actualmente, não permitem, porque afogam as pessoas com tanto conhecimento». Para si, «era importante que houvesse cadeiras de livre eleição, onde se pudesse, por exemplo, frequentar belas artes, ou sociologia… algo que precisassem para se completar enquanto indivíduos, porque tão importante quanto a técnica é o enriquecimento humano nas suas várias dimensões, e essa é uma responsabilidade que não vejo ser assumida pela Universidade; pelo contrário, noto uma quase dormência. Depois, claro, surgem as patologias, porque os estudantes não podem, não conseguem, desfrutar a vida em toda a sua plenitude».

"Contam, então, os autores mencionados no seu artigo que há muito eram conhecidas as elevadas taxas de suicídio entre a profissão médica veterinária. Porém, salientam que a realidade traduzida num estudo publicado nessa mesma revista (Mellanby 2005) - que apontava para valores como 3,6 a 3,7 vezes mais que a média nacional do suicídio entre homens e ainda mais elevada entre mulheres, mais do dobro da taxa verificada na profissão médica e perto do dobro da médica dentária -, é bem mais trágica e assustadora do que à partida se podia imaginar."


segunda-feira, 20 de junho de 2011

Obrigada avó(s) 1918-2011

Chegou este dia, um dia que já temia há muito tempo: o dia em que fiquei sem avós. A minha avó B' faleceu esta noite. Depois de tudo o que ela passou nestes últimos tempos sei que era o que mais desejava, estava cansada das coisas por aqui e tinha razão para isso.

Convivi muito com três dos meus avós e uma tia-avó que era como avó para mim (o meu avô materno faleceu muito antes de eu nascer, por isso não o conheci) e posso dizer que foram peças essenciais da pessoa que sou hoje. A minha avó N' e o meu vúvú B' foram segundos pais, tendo passado grande parte da infância e adolescência com eles. A minha avó B' e a tia G' também estiveram sempre presentes e passaram-me valores fundamentais. Tive muita sorte por os ter tido presentes tanto tempo na minha vida.

A minha avó B' teve uma vida da qual sempre tive muito orgulho, violoncelista profissional de uma orquestra toda a vida, sempre rodeada de música e arte. Tinha uma mente mais aberta que algumas pessoas da minha idade e para uma pessoa que nasceu em 1918, é de louvar. Passou por tanta, mas tanta coisa..e superou tudo, foi uma mulher tão forte, que se algum dia for 1/5 do que ela foi, já fico contente. Ficam na memória as conversas longas, o facto da minha avó usar muito a palavra "fixe" que me fazia sempre sorrir, os "namorados" que sempre foi tendo até ao fim, os olhos bonitos, o sorriso, os conselhos. Deixo aqui um último beijinho e que tenha a paz que merece mais do que muito.

Neste dia, quero dizer que tive os melhores avós que alguém alguma vez poderia ter e que estou muito grata por isso. Espero algum dia poder ser um bocadinho parecida com eles e poder orgulha-los.

*Para as minhas estrelinhas vóvó N', vúvú, avó B', Tia G' (e para o avô L', apesar de não ter conhecido)*

Always look on the bright side of life

Isto de estar enclausurada em casa também tem vantagens: nunca poupei tanto dinheiro como este ano. Tive mesmo poucos gastos o que me vai permitir gastar um pouquinho mais nas férias =)


Estou naquela fase que tenho MESMO de ver o lado positivo de tudo! antes de dar em maluca..




Ps: já agora, alguém me arranja um cateter, para eu pôr uma infusão contínua de café a correr? Muito agradecida.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

You Know You're A Vet Student When...

You Know You're A Vet Student When...

1. You can have a conversation about the abscess you drained today while eating cream of broccoli soup without any problem at all. Or for that matter, over any kind of meal. (verdade!)

2. When you are told mechanisms are "not yet known" in your lectures you are just grateful that no one has figured it out yet. (já pensei tantas vezes nisto xD Ainda bem que é menos uma coisa para saber!)

3. You realise you signed up for 5 years of feelings of inadequacy and the possibility of stress induced gastritis. (verdade, infelizmente. E já tive mesmo alguns problemas gástricos à custa de stress excessivo)

4. Your DOS tells you that you have to balance your life with vet school, and then are baffled when you ask them how to do it. (É o pão nosso de cada dia. Se me disserem como fazer isto dou-vos um prémio =)

5. If you cut yourself your first thoughts are: Thank goodness for platelets! And your second thought is about the clotting cascade.

6. You get 50% on an exam and your only thought is "Wow! I passed". This is the transition point from high school to vet school. (isto é verdade em quase todos os cursos superiores)

7. You're still excited to see live animals. (claro xD)

8. When you go out with non-vet students, you're abnormally quiet, because you don't know what to talk about besides vet school. (esta é daquelas que eu preferia não ter de confessar. Mas é verdade =S Mas eu também sou tímida, por isso é uma mistura das duas coisas)

9. You're really frightened by the thought of some of your classmates becoming vets.(nem vou comentar. Mas sim, é verdade lol)

10. You know countless dirty mnemonics for parts of the body, but couldn't tell anyone what the front-page headline today is. (ahah xD verdade!)

11. Your life consists of three parts: studying, drinking, and sleeping. (drinking water, só se for! O resto é verdade.)



12. You refer to the previous year as "The Good Old Days." (Sim =0 isto está demasiado parecido com a realidade lol)

13. You consistently tell people that they just don't understand how bad vet school really is. (Constantemente, mas já desisti um bocado de fazer isso. Só percebe quem passa pelas coisas, de outra forma não é possível.)

14. You don't bother dating because the divorce rate is 70% for vets. (Não sabia desse valor. Só sabia do valor de suicídios que é muito elevado -.- De qualquer forma, não quero mesmo saber de encontros.Tenho mais em que pensar!)

15. You question every day if you should drop out and work at Starbucks, then realise that as soon as you were two semesters into vet school, you were too far in debt to be anything but a vet. (sim xD)

16. People assume you know something about their pets when you tell them you're in vet school, but you know that you haven't learned anything. (já me vão fazendo muitas perguntas..umas coisas sei, mas a maioria não)

17. A "study group" is you, your notes, and your red bull. (me, my notes and coffee)

18. You've done physical exams on the pets of your roommate, boyfriend, girlfriend, and any close friends. (só nos meus. Muitas vezes, coitados.)

19. You speak only in acronyms and abbreviations; BVDV, Tx, Px, Sx. (só alguns..)

20. You've been asked by at least 2 mentors if you have ever considered “veterinary research” (NO I want to be a VETERINARY SURGEON!!!) (sim, é verdade, lá vem a velha história da investigação que não me atrai nem um bocadinho)

21. You can name the three people in your class who are the question-asker, the arguer, and the stoner/alkie/druggie who's never IN class. (completamente!!)

22. You go a week without sleeping with no problem at all. Sem problemas não! lol

23. People always say “oh my son/daughter/friend” wants to be a vet. And your first instinct is to say “Don’t do it!!” And you can’t think why… Oh, não.. Eu acho fofo que digam isso =)

24. You like awake at night thinking about all the zoonotic diseases out there… Toxoplasmosis, Leptospirosis, Listeriosis, Brucellosis, anyone???





20/24! Isto está mesmo bem feito =P

Gorduras e coisas

Estou, digamos que, gorda. Não há outra palavra para me descrever (e desta vez nem sequer estou a exagerar). Estou com uns problemas alimentares, ando a engordar imenso quase sem cometer grandes excessos. Já fiz uns exames, mas os resultados estão a demorar séculos a chegar!Só quando chegarem é que vou poder adequar a minha dieta.

Mas sabem que mais: estou-me a lixar. Acho que nunca me estive tanto a lixar para o meu corpo como neste momento. Para que é que eu quero ser magrinha? Desde que seja saudável é o que importa( apesar de tudo ainda tenho o peso adequado à minha altura). Finalmente, ao fim de 23 anos, tomei consciência que não é por ser magra que vou ser mais feliz, que vai aparecer um príncipe encantado, que a minha vida vai mudar. Não vou ter mais vida social, não vou sair mais de casa, não vou ter melhores notas, nem ser melhor profissional por isso. Por isso declaro que a minha guerra acabou. Se não me sentir confortável em vestir um biquíni este verão, que venha um fato de banho ou nem sequer vou à praia, paciência.

Tenho dito.


ps: e sim, eu faço exercício físico e adoro, como escrevi neste post há uns tempos atrás. Não é falta disso.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Um dos motivos porque não como carne #1


Após dois meses não podia estar mais contente e convicta da minha decisão.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

' This one could be The One #1

A Claudjinha já me tinha falado em fazer esta rubrica há bastante tempo e, finalmente, aqui está ela! É basicamente idêntica à minha "Momentos Musicais" e o objectivo é, claro, partilhar boa música (ou pelo menos o que eu considero boa música) e que poderia ser "A minha música favorita!".

Para mim é impossível eleger uma música ou banda favorita porque gosto de tanta coisa diferente e ,dependendo da fase em que estou, ouço mais uma banda ou mais outra, ou até passo por fases que não ouço assim tanta música e outras que (quase) não faço outra coisa.

E, para inaugurar isto, aqui fica "Crystal Ship dos The Doors".



Before you slip into unconsciousness
I'd like to have another kiss
Another flashing chance at bliss
Another kiss, another kiss

The days are bright and filled with pain
Enclose me in your gentle rain
The time you ran was too insane
We'll meet again, we'll meet again


Oh tell me where your freedom lies
The streets are fields that never die
Deliver me from reasons why
You'd rather cry, I'd rather fly


The crystal ship is being filled
A thousand girls, a thousand thrills
A million ways to spend your time
When we get back, I'll drop a line


Já escrevi aqui várias vezes que adoro Doors, adoro a voz do Jim, adoro quase todas as músicas já há long long time ago =) E sempre que ouço estas músicas lembro-me que já vi ao vivo a banda que ficou depois dos Doors, "Riders on the storm" , com alguns dos membros originais, mas claro que faz falta o mais importante: Jim Morrison! O vocalista actual até dá ares do Jim, mas nada se compara, claro (até porque me parece muito mais saudável xD). De qualquer forma, esse concerto foi um dos pontos altos da minha vida até agora!

E esta música, sem dúvida, could be the One!

domingo, 5 de junho de 2011

Sem dúvidas


Sabem quando tomam uma decisão importante na vossa vida e ficam sempre na expectativa: será que foi a melhor decisão tomada?Será que devia ter ido por aquele caminho ou pelo outro, será que me devia ter afastado de z ou y?será?

É bom quando finalmente temos a confirmação de que foi o melhor para nós.



sexta-feira, 3 de junho de 2011

Assim vale a pena

Hoje tive a apresentação de uma monografia de farmacologia. O tema era insuficiência renal crónica e tem muito que se lhe diga.Desde as causas, distinção do progresso agudo e crónico, mecanismos patológicos da doença, todos os órgãos e sistemas afectados, opções de tratamento para tudo o que fica alterado, vantagens e desvantagens dos fármacos utilizados, etc.

Apesar de ter dado muito trabalho, de ter ficado muito extenso, tanto o trabalho escrito, como a apresentação de powerpoint, modéstia à parte, acho que estavam muito bons e completos. Mas estas coisas são relativas e nunca se sabe bem a opinião que os profs vão ter do trabalho, da forma como foi apresentado, etc.

A verdade é que, acho que foi das poucas vezes que um professor (e logo o regente da cadeira) depois de concluída a apresentação disse "os meus sinceros parabéns!". Fiquei mesmo feliz! Não teve grandes perguntas a fazer sobre o trabalho, porque ficou satisfeito com o que leu e viu (nem sabem como isto é raro acontecer..eles têm sempre coisinhas para pegar).

Assim vale bem a pena =) não faço ideia da nota que vamos ter, mas pelo que ele disse, parece-me que vai ser boa =P

Fiquei contente por isto e também porque este professor é dos poucos que dá valor às pessoas de medicina veterinária (e ele nem sequer é veterinário, é médico). A desvantagem de estarmos numa faculdade em conjunto com medicina é que somos sempre o "elo mais fraco". Estamos em menor número, as pessoas (quase) todas acham que somos aqueles que queriam medicina, mas não foram inteligentes o suficiente para terem notas para entrar, então tiveram/foram obrigados a ir para veterinária (a diferença de média de entrada é pouco menos de 1 valor).

A verdade é que muitos queriam medicina, mas acabaram por gostar do curso e por cá ficaram..É o meu caso. Vejamos: em termos fisiológicos as coisas não são tão diferentes assim, os fármacos usados são quase todos os mesmos, com algumas excepções, é claro (a prova disso é que tivemos muitas aulas de fármaco em conjunto com medicina), as técnicas médicas são semelhantes, as cirúrgicas também, com a diferença que está tudo muito menos avançado pelos motivos óbvios (e ainda bem que assim é), nos dois primeiros anos é praticamente tudo em conjunto, as cadeiras iguais, dadas pelos mesmos profs, com os mesmos exames, etc.(estou a falar na minha faculdade em concreto, porque nas outras não sei se é tanto assim) E acaba por ser tudo a grande área que engloba a saúde e a medicina em geral. No meu caso, como sempre adorei animais e a área de saúde, aca ba por ser um bocado juntar o útil ao agradável.
A maior diferença é a mais óbvia: em medicina há emprego, em vet há pouco.

Resumindo isto tudo,o que quero dizer é que fico contente por darem algum valor aquilo que faço, já que para a maioria da população geral não temos muito valor (as pessoas não se lembram ou não sabem que nos matadouros/aviários, etc etc existe um papel importante de veterinários,no que toca ao controlo e inspecção sanitária dos animais, para diminuir ao máximo o risco de nos transmitirem doenças, quando os comemos. O que acaba por ter influência directa diariamente nos humanos). E é bom ter uma surpresa agradável, principalmente numa altura que andava mais tristinha devido a muito trabalho, muito estudo, não ter tempo para nada e a estar com uns problemas de saúde que também não facilitam.

E pronto,era só isto =)*